Simulado do ENEM

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Prova de Linguagens

Questão 1 (Inglês)

Holy War

Oh, so we can hate each other and fear each other

We can build these walls between each other

Baby, blow by blow and brick by brick

Keep yourself locked in, yourself locked in

[…]

Oh, maybe we should love somebody

Oh, maybe we could care a little more

So maybe we should love somebody

Instead of polishing the bombs of holy war

KEYS, A. Here. Estados Unidos: RCA Records, 2016.
Nessa letra de canção, que aborda um contexto de ódio e intolerância, o marcador “instead of ” introduz a ideia de

A

mudança de comportamento.

B

panorama de conflitos.

C

rotina de isolamento.

D

perspectiva bélica.

E

cenário religioso.

Questão 2

Maranhenses que moram longe matam a saudade da terra natal usando expressões próprias do estado. Se o maranhês impressiona e desperta a curiosidade de quem mora no próprio Maranhão, imagine de quem vem de outros estados e países? A variedade linguística local é enorme e o modo de falar tão próprio e característico dos maranhenses vem conquistando muita gente e inspirando títulos e muito conteúdo digital com a criação de podcasts, blogs, perfis na internet, além de estampar diversos tipos de produtos e serviços de empresas locais.

Com saudades do Maranhão, morando há 16 anos no Rio de Janeiro, um fotógrafo maranhense criou um perfil na internet no qual compartilha a culinária, brincadeiras e o ‘dicionário’ maranhês. “A primeira vez que fui a uma padaria no Rio, na inocência, pedi 3 reais de ‘pães misturados’. Quando falei isso, as pessoas pararam e me olharam de uma forma bem engraçada, aí já fiquei ‘encabulado, ó’ e o atendente sorriu e explicou que lá não existia pão misturado e, sim, pão francês e suíço. Depois foi a minha vez de explicar sobre os pães ‘massa grossa e massa fina’”, contou o fotógrafo, com humor.

Disponível em: https://oimparcial.com.br. Acesso em: 1 nov. 2021 (adaptado).
A vivência relatada no texto evidencia que as variedades linguísticas

A

impedem o entendimento mútuo.

B

enaltecem o português do Maranhão.

C

são constitutivas do português brasileiro.

D

exigem a dicionarização dos termos usados.

E

são restritas a situações coloquiais de comunicação.

Questão 3 (Espanhol)

El vírus de la cancelación

¿De qué se trata este fenómeno? Se entiende por cultura de la cancelación a una práctica popular que consiste en “quitarle apoyo” especialmente a figuras públicas y compañías multinacionales después de que hayan hecho o dicho algo considerado objetable u ofensivo. Cuando alguien o algo está cancelado se descarta, se deja de ver, se deja de escuchar, se desclasifica, se aísla, se abandona, se niega, se deja de consumir hasta que eventualmente puede o no desaparecer. Es una estrategia muy extendida en la historia de las luchas anticoloniales, antiespecistas, sexodisidentes, feministas y, especialmente en nuestro país, también llevadas adelante por el movimiento de derechos humanos. Entonces, ¿dónde radica el problema? Se puede observar positivamente que hay un proceso cada vez más agudo de socialización de herramientas críticas para desmantelar formas de desigualdad incrustadas en los lazos sociales. Pero la popularización irrestricta y el uso amplificado de esta herramienta por fuera de sus contextos colectivos de emergencia han despertado efectos adversos en una sociedad atravesada por las pantallas como formas de encierro-consumo, la representación online como única esfera pública y un imperativo felicista cuya moral nos obliga a trabajar ansiosamente por una vida sin desacuerdos, sin errores y sin dolor, a como dé lugar.

Disponível em: www.revistaanfibia.com. Acesso em: 7 out. 2021 (adaptado).
Na argumentação apresentada sobre cultura do cancelamento, esse texto objetiva

A

apresentar o conceito desse tipo de prática.

B

mostrar a contrariedade das mídias com relação a essa atitude.

C

criticar o impacto dessa cultura sobre a vida representada nas redes.

D

evidenciar a democratização dessa prática na sociedade virtual.

E

discorrer historicamente sobre a origem e as causas dessa cultura.

Questão 4

Já ouvi gente falando que o podcast é o renascimento do rádio. O rádio é genial, uma mídia imorredoura, mas podcast não tem nada a ver com ele. O formato está mais próximo do ensaio literário do que de um programa de ondas curtas, médias ou longas.

Podcasts são antípodas das redes sociais. Enquanto elas são dispersivas, levam à evasão e à desinformação, os podcasts são uma possibilidade de imersão, concentração, aprendizado. Depois que eles surgiram, lavar a louça e me locomover pela cidade viraram um programaço. Um pós-almoço de domingo e aprendo tudo sobre bonobos e gorilas. Um táxi pro aeroporto e chego ao embarque PhD em reforma tributária.

PRATA, A. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 7 jan. 2024 (adaptado).
Segundo a argumentação construída nesse texto, o podcast

A

provoca dispersão da atenção em seu público.

B

funciona por meio de uma frequência de ondas curtas.

C

propicia divulgação de conhecimento para seus usuários.

D

tem um formato de interação semelhante ao das redes sociais.

E

constitui uma evolução na transmissão de informações via rádio.

Questão 5

Marília acorda

Tomo café em golinhos para não queimar meus lábios ressequidos. Como pão em pedacinhos para não engasgar com um farelo mais duro. Marília come também, mas olha o tempo todo para baixo. Parece que tem um acanhamento novo entre a gente. Termino. Olho mais uma vez pela janela. O dia está bom. Quero caminhar pelo pátio. Marília levanta, pega o andador e põe ao lado da cama. Ela sabe que eu quero levantar sozinha, e levanto. O lance de escadas, apesar de pequeno, ainda me causa problemas, mas não quero um elevador na casa e não vou tolerar descer uma rampa de cadeira de rodas. Marília abre a porta e saímos para a manhã. O dia está mais fresco do que eu imaginava. Ela pega uma manta de tricô que temos desde não sei quando e põe sobre as minhas costas. Ela aperta meus ombros com muita força, porque mesmo depois de todos esses anos, não descobriu a medida certa do carinho. Eu gosto. Porque entendo que naquele ato, naquela força está o nosso carinho.

POLESSO, N. B. Amora. Porto Alegre: Não Editora, 2015.
Nesse trecho, o drama do declínio físico da narradora transmite uma sensibilidade lírica centrada na

A

necessidade de fazer adaptações na casa.

B

atmosfera de afeto fortalecido pelo convívio.

C

condição de dependência de outras pessoas.

D

determinação de manter a regularidade da rotina.

E

aceitação das restrições de mobilidade da personagem.

Questão 6 (Inglês)

A relação entre as citações atribuídas ao físico Albert Einstein e ao cantor e compositor Bob Marley reside na crença de que é necessário

A

dar oportunidade a pessoas que parecem necessitadas.

B

identificar contextos que podem representar perigo.

C

tirar proveito de situações que podem ser adversas.

D

evitar dificuldades que parecem ser intransponíveis.

E

contestar circunstâncias que parecem ser harmônicas.

Questão 7

pessoas com suas malas

mochilas e valises

chegam e se vão

se encontram

se despedem

e se despem

de seus pertences

como se pudessem chegar

a algum lugar

onde elas mesmas

não estivessem

RUIZ, A. In: SANT’ANNA, A. Rua Aribau: coletânea de poemas. Porto Alegre: TAG, 2018.
Esse poema, por meio da ideia de deslocamento, metaforiza a tentativa de pessoas

A

buscarem novos encontros.

B

fugirem da própria identidade.

C

procurarem lugares inexplorados.

D

partirem em experiências inusitadas.

E

desaparecerem da vida em sociedade.

Questão 8 (Inglês)

I remember being caught speaking Spanish at recess [...] I remember being sent to the corner of the classroom for “talking back” to the Anglo teacher when all I was trying to do was tell her how to pronounce my name. “If you want to be American, speak ‘American’. If you don’t like it, go back to Mexico where you belong”.

“I want you to speak English […]”, my mother would say, mortified that I spoke English like a Mexican. At Pan American University, I and all Chicano students were required to take two speech classes. Their purpose: to get rid of our accents.

ANZALDÚA, G. Borderlands/La Frontera: The New Mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 1987.
O problema abordado nesse texto sobre imigrantes residentes nos Estados Unidos diz respeito aos prejuízos gerados pelo(a)

A

repúdio ao sotaque espanhol no uso do inglês.

B

resignação diante do apagamento da língua materna.

C

escassez de oportunidades de aprendizado do espanhol.

D

choque entre falantes de línguas distintas de diferentes gerações.

E

concorrência entre as variações linguísticas do inglês e as do espanhol.

Questão 9

Memes e fake news: o impacto na educação das crianças

Há quem diga que o Brasil nunca mais foi o mesmo depois dos memes. Na economia da velocidade, alguns apostam no humor, outros no engajamento político, e tem gente investindo alto na mentira também. Diante desse cenário, uma pergunta se torna essencial: será que todo mundo está conseguindo traduzir as mensagens postadas, curtidas e compartilhadas?

Essa dúvida incentivou uma professora de língua portuguesa a desenvolver uma proposta de leitura e análise crítica de memes com estudantes do ensino fundamental, na rede pública do Distrito Federal, na cidade de Samambaia. “Percebi que muitos alunos e pais estavam divulgando conteúdos sem saber o que havia por trás das palavras”, relata a professora.

“O que antes era engraçado para os alunos passou a ser visto com outros olhos”, afirma a professora. Para ela, que utilizou a representação da criança em memes de WhatsApp como material gerador das discussões em sala de aula, aguçar o olhar sobre essas mensagens impacta diretamente a atitude de postar, curtir e compartilhar conteúdos ao estimular o uso consciente da informação que circula nas plataformas de mídia social.

Letramento político e midiático é um desafio intergeracional. Em tempos de notícias falsas, de imagens manipuladas e de memes sendo usados como triunfo da verdade de cada um, checagem de informação e interpretação de texto acabam se tornando moedas valiosas.

Disponível em: https://lunetas.com.br. Acesso em: 15 jan. 2024 (adaptado).
Ao abordar a relação dos memes com a educação, a reportagem sustenta uma crítica à

A

falta de fiscalização no uso de aplicativos de mensagens por crianças.

B

divulgação de informação manipulada em postagens virtuais.

C

utilização de ferramentas digitais no trabalho educacional.

D

exploração de conteúdos humorísticos nas mídias sociais.

E

propagação de mensagens com objetivos políticos.

Questão 10

Falar errado é uma arte, Arnesto!

No dia 6 de agosto de 1910, Emma Riccini Rubinato pariu um garoto sapeca em Valinhos e deu a ele o nome de João Rubinato. Na escola, João não passou do terceiro ano. Não era a área dele, tinha de escolher outra. Fez o que apareceu. Foi ser garçom, metalúrgico, até virar radialista, comediante, ator de cinema e TV, cantor e compositor. De samba.

Como tinha sobrenome italiano, João resolveu mudar para emplacar seu samba. E como ia mudar o sobrenome, mudou o nome. Virou Adoniran Barbosa. O cara falava errado, voz rouca, pinta de malandro da roça. Virou ícone da música brasileira, o mais paulista de todos, falando errado e irritando Vinicius de Moraes, que ficou de bico fechado depois de ouvir a música que Adoniran fez para a letra Bom dia, tristeza, de autoria do Poetinha. Coisa de arrepiar.

Para toda essa gente que implicava, Adoniran tinha uma resposta neoerudita: “Gosto de samba e não foi fácil, pra mim, ser aceito como compositor, porque ninguém queria nada com as minhas letras que falavam ‘nóis vai’, ‘nóis fumo’, ‘nóis fizemo’, ‘nóis peguemo’. Acontece que é preciso saber falar errado. Falar errado é uma arte, senão vira deboche”.

Ele sabia o que fazia. Por isso dizia que falar errado era uma arte. A sua arte. Escolhida a dedo porque casava com seu tipo. O Samba do Arnesto é um monumento à fala errada, assim como Tiro ao Álvaro. O erudito podia resmungar, mas o povo se identificava.

PEREIRA, E. Disponível em: www.tribunapr.com.br. Acesso em: 8 jul. 2024 (adaptado).
O “falar errado” a que o texto se refere constitui um preconceito em relação ao uso que Adoniran Barbosa fazia da língua em suas composições, pois esse uso

A

marcava a linguagem dos comediantes no mesmo período.

B

prejudicava a compreensão das canções pelo público.

C

denunciava a ausência de estilo nas letras de canção.

D

restringia a criação poética nas letras do compositor.

E

transgredia a norma-padrão vigente à época.

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Este simulado é apenas uma ferramenta de prática e não substitui a prova oficial do ENEM. Nenhuma pontuação obtida aqui é válida para processos seletivos.

O simulado gratuito baseado nas provas anteriores do ENEM é uma ferramenta gratuita e sem fins lucrativos.

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