Simulado do ENEM

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Prova de Linguagens

Questão 1

O Brasil somou cerca de 60 mil novos casos de câncer de mama até o final de 2019, número que corresponde a 25% de todos os diagnósticos da condição registrados no país, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Apesar de o Outubro Rosa ser o mês de conscientização sobre a questão voltada para as mulheres, é muito importante lembrar que um dos grandes mitos da medicina é o de que o câncer de mama não afeta o sexo masculino.

Fatores importantes para detectar o câncer de mama masculino:

1. Genética: se houver casos na família, as chances são um pouco mais elevadas.

2. Hormônios: homens podem desenvolver tecido real das glândulas mamárias por tomarem certos medicamentos ou apresentarem níveis hormonais anormais.

3.    Caroços: é necessário que os médicos se atentem a alguns sintomas suspeitos, como um caroço na área do tórax.

4.    Retração na pele: em situações mais graves do câncer de mama masculino, é possível também ocorrer uma retração do mamilo.

Disponível em: https://pebmed.com.br. Acesso em: 24 nov. 2021 (adaptado).
As informações dessa reportagem auxiliam no combate ao câncer de mama masculino por apresentarem um alerta sobre o(s)

A

sinais indicadores da doença.

B

índice de crescimento de casos.

C

exames para diagnóstico do tumor.

D

mitos a respeito da herança genética.

E

período de campanhas de conscientização.

Questão 2

Nesse cartaz, a expressão “Vou deixar que você se vá”, em conjunto com os elementos não verbais utilizados, tem a finalidade de

A

incentivar o descarte de itens defeituosos.

B

promover a reciclagem de produtos usados.

C

garantir a conservação de roupas de inverno.

D

relacionar o gesto de doação à ideia de desapego.

E

comparar a peça de roupa ao sentimento de despedida.

Questão 3

Teclado amazônico

Em novembro de 2023, uma professora indígena recebeu uma missão: verter as regras de um jogo de tabuleiro infantil do português para o tukano, sua língua nativa. Com vinte anos de experiência como professora de línguas em Taracuá, no Amazonas, ela já se dedicava à tradução havia tempos. O trabalho ficou mais fácil graças a um aplicativo lançado no ano anterior: com o Linklado em seu computador, ela traduziu as sete páginas das instruções do jogo em dois dias. Sem esse recurso, a tarefa seria bem mais trabalhosa. Antes dele, diz a professora, as transcrições de línguas indígenas exigiam o esforço quase manual de produzir diacríticos (acentos gráficos) e letras que não constam no teclado de aplicativos de mensagens ou programas de texto.

Para a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), idealizadora do aplicativo, o Linklado representa uma revolução. O programa não restringe combinações de acentos, e isso poderá facilitar a criação de representações gráficas para fonemas que ainda não têm forma escrita. “Eu mirei em uma dor e atingimos várias outras”, diz.

“O Linklado possibilita que o Brasil reconheça a sua diversidade linguística”, afirma uma antropóloga que é colega da pesquisadora no Inpa e faz parte da equipe do aplicativo. Ela defende que escrever na língua materna é uma das principais formas de preservá-la.

Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2024 (adaptado).
De acordo com esse texto, o aplicativo Linklado contribuiu para a

A

criação de fonemas representativos de línguas indígenas no meio digital.

B

democratização do registro escrito de línguas dos povos originários.

C

adaptação de regras de jogos de tabuleiro de origem indígena.

D

divulgação das técnicas de tradução de línguas indígenas.

E

aprendizagem da lingua portuguesa pelos indígenas.

Questão 4

Se você é feito de música, este texto é pra você

Às vezes, no silêncio da noite, eu fico imaginando: que graça teria a vida sem música? Sem ela não há paz, não há beleza. Nos dias de festa e nas madrugadas de pranto, nas trilhas dos filmes e nas corridas no parque, o que seria de nós sem as canções que enfeitam o cotidiano com ritmo e verso? Quem nunca curou uma dor de cotovelo dançando lambada ou terminou de se afundar ouvindo sertanejo sofrência? Quantos já criticaram funk e fecharam a noite descendo até o chão? Tudo bem... Raul nos ensinou que é preferível ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Já somos castigados com o peso das tragédias, o barulho das buzinas, os ruídos dos conflitos. É pau, é pedra, é o fim do caminho. Há uma nuvem de lágrimas sobre os olhos, você está na lanterna dos afogados, o coração despedaçado. Mas, como um sopro, da janela do vizinho, entra o samba que reanima a mente. Floresce do fundo do nosso quintal a batida que ressuscita o ânimo, sintoniza a alegria e equaliza o fôlego. Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima.

BITTAR, L. Disponível em: www.revistabula.com. Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).
Defendendo a importância da música para o bem-estar e o equilíbrio emocional das pessoas, a autora usa, como recurso persuasivo, a

A

contradição, ao associar o coração despedaçado à alegria.

B

metáfora, ao citar a imagem da metamorfose ambulante.

C

intertextualidade, ao resgatar versos de letras de canções.

D

enumeração, ao mencionar diferentes ritmos musicais.

E

hipérbole, ao falar em “sofrência”, “tragédias” e “afogados”.

Questão 5

TEXTO I

Capítulo 4, versículo 3

Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição

Na queda ou na ascensão, minha atitude vai além

E tem disposição pro mal e pro bem

Talvez eu seja um sádico ou um anjo, um mágico

Ou juiz, ou réu, o bandido do céu

Malandro ou otário, quase sanguinário

Franco atirador se for necessário

Revolucionário, insano, ou marginal

Antigo e moderno, imortal

Fronteira do céu com o inferno

Astral imprevisível, como um ataque cardíaco do verso.

RACIONAIS MCs. Sobrevivendo ao inferno. São Paulo: Cosa Nostra, 1997 (fragmento).

TEXTO II

Pode-se dizer que as várias experiências narradas nos discos do Racionais tratam no fundo de um só tema: a violência que estrutura a nossa sociedade. O grupo canta a violência que estrutura as relações entre os familiares, os amigos, o homem e a mulher, o traficante e o viciado. Canta a violência do crime. A violência causada por inveja ou por vaidade. Também canta que a relação entre as classes sociais é sempre violenta: o racismo, a miséria, os baixos salários, a concentração de renda, a esmola, a publicidade, o alcoolismo, o jornalismo, o poder policial, a justiça, o sistema penitenciário, o governo existem por meio da violência.

GARCIA, W. Ouvindo Racionais MCs. Teresa: revista de literatura brasileira, n. 5, 2004 (adaptado).
Na letra da canção, a tematização da violência mencionada no Texto II manifesta-se

A

como metáfora da desigualdade, que associa a ideia de justiça a valores históricos negativos.

B

na referência a termos bélicos, que sinaliza uma crítica social à opressão da população das periferias.

C

como procedimento metalinguístico, que concebe a palavra como uma forma de combate e insubordinação.

D

nas definições ambíguas do enunciador, que inverte e relativiza as representações da maldade e da bondade.

E

na menção à imortalidade, que sugere a possibilidade de resistência para além da dicotomia entre vida e morte.

Questão 6 (Inglês)

I remember being caught speaking Spanish at recess [...] I remember being sent to the corner of the classroom for “talking back” to the Anglo teacher when all I was trying to do was tell her how to pronounce my name. “If you want to be American, speak ‘American’. If you don’t like it, go back to Mexico where you belong”.

“I want you to speak English […]”, my mother would say, mortified that I spoke English like a Mexican. At Pan American University, I and all Chicano students were required to take two speech classes. Their purpose: to get rid of our accents.

ANZALDÚA, G. Borderlands/La Frontera: The New Mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 1987.
O problema abordado nesse texto sobre imigrantes residentes nos Estados Unidos diz respeito aos prejuízos gerados pelo(a)

A

repúdio ao sotaque espanhol no uso do inglês.

B

resignação diante do apagamento da língua materna.

C

escassez de oportunidades de aprendizado do espanhol.

D

choque entre falantes de línguas distintas de diferentes gerações.

E

concorrência entre as variações linguísticas do inglês e as do espanhol.

Questão 7

Maranhenses que moram longe matam a saudade da terra natal usando expressões próprias do estado. Se o maranhês impressiona e desperta a curiosidade de quem mora no próprio Maranhão, imagine de quem vem de outros estados e países? A variedade linguística local é enorme e o modo de falar tão próprio e característico dos maranhenses vem conquistando muita gente e inspirando títulos e muito conteúdo digital com a criação de podcasts, blogs, perfis na internet, além de estampar diversos tipos de produtos e serviços de empresas locais.

Com saudades do Maranhão, morando há 16 anos no Rio de Janeiro, um fotógrafo maranhense criou um perfil na internet no qual compartilha a culinária, brincadeiras e o ‘dicionário’ maranhês. “A primeira vez que fui a uma padaria no Rio, na inocência, pedi 3 reais de ‘pães misturados’. Quando falei isso, as pessoas pararam e me olharam de uma forma bem engraçada, aí já fiquei ‘encabulado, ó’ e o atendente sorriu e explicou que lá não existia pão misturado e, sim, pão francês e suíço. Depois foi a minha vez de explicar sobre os pães ‘massa grossa e massa fina’”, contou o fotógrafo, com humor.

Disponível em: https://oimparcial.com.br. Acesso em: 1 nov. 2021 (adaptado).
A vivência relatada no texto evidencia que as variedades linguísticas

A

impedem o entendimento mútuo.

B

enaltecem o português do Maranhão.

C

são constitutivas do português brasileiro.

D

exigem a dicionarização dos termos usados.

E

são restritas a situações coloquiais de comunicação.

Questão 8

Memes e fake news: o impacto na educação das crianças

Há quem diga que o Brasil nunca mais foi o mesmo depois dos memes. Na economia da velocidade, alguns apostam no humor, outros no engajamento político, e tem gente investindo alto na mentira também. Diante desse cenário, uma pergunta se torna essencial: será que todo mundo está conseguindo traduzir as mensagens postadas, curtidas e compartilhadas?

Essa dúvida incentivou uma professora de língua portuguesa a desenvolver uma proposta de leitura e análise crítica de memes com estudantes do ensino fundamental, na rede pública do Distrito Federal, na cidade de Samambaia. “Percebi que muitos alunos e pais estavam divulgando conteúdos sem saber o que havia por trás das palavras”, relata a professora.

“O que antes era engraçado para os alunos passou a ser visto com outros olhos”, afirma a professora. Para ela, que utilizou a representação da criança em memes de WhatsApp como material gerador das discussões em sala de aula, aguçar o olhar sobre essas mensagens impacta diretamente a atitude de postar, curtir e compartilhar conteúdos ao estimular o uso consciente da informação que circula nas plataformas de mídia social.

Letramento político e midiático é um desafio intergeracional. Em tempos de notícias falsas, de imagens manipuladas e de memes sendo usados como triunfo da verdade de cada um, checagem de informação e interpretação de texto acabam se tornando moedas valiosas.

Disponível em: https://lunetas.com.br. Acesso em: 15 jan. 2024 (adaptado).
Ao abordar a relação dos memes com a educação, a reportagem sustenta uma crítica à

A

falta de fiscalização no uso de aplicativos de mensagens por crianças.

B

divulgação de informação manipulada em postagens virtuais.

C

utilização de ferramentas digitais no trabalho educacional.

D

exploração de conteúdos humorísticos nas mídias sociais.

E

propagação de mensagens com objetivos políticos.

Questão 9

Sempre passo nervoso quando leio minha crônica neste jornal e percebo que escapuliu a palavra “coisa” em alguma frase. Acontece que “coisa” está entre as coisas mais deliciosas do mundo.

O primeiro banho da minha filha foi embalado pela minha voz dizendo, ao fundo, “cuidado, ela ainda é uma coisinha tão pequena”. “Viu só que amor? Nunca vi coisa assim”. O amor que não dá conta de explicação é “a coisa” em seu esplendor e excelência. “Alguma coisa acontece no meu coração” é a frase mais bonita que alguém já disse sobre São Paulo. E quando Caetano, citado aqui pela terceira vez pra defender a dimensão poética da coisa, diz “coisa linda”, nós sabemos que nenhuma palavra definiria de forma mais profunda e literária o quão bela e amada uma coisa pode ser.

“Coisar” é verbo de quem está com pressa ou tem lapsos de memória. É pra quando “mexe qualquer coisa dentro doida”. E que coisa magnífica poder se expressar tal qual Caetano Veloso. Agora chega, porque “esse papo já tá qualquer coisa” e eu já tô “pra lá de Marrakech”.

TATI BERNARDI. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 jan. 2024 (adaptado).
O recurso utilizado na progressão textual para garantir a unidade temática dessa crônica é a

A

intertextualidade, marcada pela citação de versos de letras de canções.

B

metalinguagem, marcada pela referência à escrita de crônicas pela autora.

C

reiteração, marcada pela repetição de uma determinada palavra e de seus cognatos.

D

conexão, marcada pela presença dos conectores lógicos “quando” e “porque” entre orações.

E

pronominalização, marcada pela retomada de “minha filha” e “um namorado ruim” pelos pronomes “ela” e “lo”.

Questão 10

Até ali que sabia das misérias do mundo? Nada. Aquela noite do Castelo, tão simples, tão monótona, fora uma revelação! Era bem certo que a lágrima existia, que irrompiam soluços de peitos oprimidos, que para alguém os dias não tinham cor nem a noite tinha estrelas! Ela, criada entre beijos, no aroma dos seus jardins, com as vontades satisfeitas, o leito fofo, a mesa delicada, sentira sempre no coração um desejo sem nome, um desejo ou uma saudade absurda, a saudade do céu, como dizia o dr. Gervásio, e que não era mais que a doida aspiração da artista incipiente, que germinava no seu peito fraco.

E aquela mesma mágoa parecia-lhe agora doce e embaladora, comparando-se à outra, a Sancha, da sua idade, negra, feia, suja, levada a pontapés, dormindo sem lençóis em uma esteira, comendo em pé, apressada, os restos parcos e frios de duas velhas, vestida de algodões rotos, curvada para um trabalho sem descanso nem paga!

Por quê? Que direito teriam uns a todas as primícias e regalos da vida, se havia outros que nem por uma nesga viam a felicidade?

ALMEIDA, J. L. A falência. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 28 dez. 2023.
Nesse fragmento do romance de Júlia Lopes de Almeida, escrito no cenário brasileiro pós-abolição, a narradora exprime um olhar crítico sobre a

A

desvalorização da arte produzida por mulheres.

B

mudança das condições de moradia do povo negro.

C

ruptura do projeto político de emancipação feminina.

D

exploração da força de trabalho da população negra.

E

disputa de poder entre brancos e negros no século XIX.

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Este simulado é apenas uma ferramenta de prática e não substitui a prova oficial do ENEM. Nenhuma pontuação obtida aqui é válida para processos seletivos.

O simulado gratuito baseado nas provas anteriores do ENEM é uma ferramenta gratuita e sem fins lucrativos.

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