Simulado do ENEM

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Prova de Linguagens

Questão 1

Os Jogos Olímpicos já não são mais os mesmos. E isso não é nem uma crítica, nem um elogio. É uma constatação. Esse movimento começou com o vôlei de praia tornando-se esporte olímpico em 1996, passou pela chegada do BMX Racing como primeiro “radical” a entrar no programa em 2008, e agora atinge seu momento mais insólito com a inclusão do break dance como modalidade dos Jogos de Paris, em 2024. Para os mais tradicionalistas, o cruzamento da linha que delimitava o que é esporte e o que é cultura e arte é uma afronta ao espírito dos Jogos Olímpicos. Skate e surfe, que há anos têm competições na televisão, pareciam estar na divisa entre esses dois mundos, o limite do aceitável pelos puristas. O break dance estaria do lado de “lá” dessa fronteira. Para o Comitê Olímpico Internacional, a decisão faz parte de uma estratégia de se comunicar com jovens urbanos que se exercitam e se entretêm de uma maneira muito diferente da dos seus avós.

Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 19 nov. 2021 (adaptado).
A mudança no programa olímpico mencionada no texto mostra que o esporte está se

A

aproximando da aventura.

B

mantendo em sua forma padrão.

C

tornando uma forma de dança.

D

afastando de elementos culturais.

E

adaptando às demandas do seu tempo.

Questão 2

Já ouvi gente falando que o podcast é o renascimento do rádio. O rádio é genial, uma mídia imorredoura, mas podcast não tem nada a ver com ele. O formato está mais próximo do ensaio literário do que de um programa de ondas curtas, médias ou longas.

Podcasts são antípodas das redes sociais. Enquanto elas são dispersivas, levam à evasão e à desinformação, os podcasts são uma possibilidade de imersão, concentração, aprendizado. Depois que eles surgiram, lavar a louça e me locomover pela cidade viraram um programaço. Um pós-almoço de domingo e aprendo tudo sobre bonobos e gorilas. Um táxi pro aeroporto e chego ao embarque PhD em reforma tributária.

PRATA, A. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 7 jan. 2024 (adaptado).
Segundo a argumentação construída nesse texto, o podcast

A

provoca dispersão da atenção em seu público.

B

funciona por meio de uma frequência de ondas curtas.

C

propicia divulgação de conhecimento para seus usuários.

D

tem um formato de interação semelhante ao das redes sociais.

E

constitui uma evolução na transmissão de informações via rádio.

Questão 3 (Inglês)

I remember being caught speaking Spanish at recess [...] I remember being sent to the corner of the classroom for “talking back” to the Anglo teacher when all I was trying to do was tell her how to pronounce my name. “If you want to be American, speak ‘American’. If you don’t like it, go back to Mexico where you belong”.

“I want you to speak English […]”, my mother would say, mortified that I spoke English like a Mexican. At Pan American University, I and all Chicano students were required to take two speech classes. Their purpose: to get rid of our accents.

ANZALDÚA, G. Borderlands/La Frontera: The New Mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 1987.
O problema abordado nesse texto sobre imigrantes residentes nos Estados Unidos diz respeito aos prejuízos gerados pelo(a)

A

repúdio ao sotaque espanhol no uso do inglês.

B

resignação diante do apagamento da língua materna.

C

escassez de oportunidades de aprendizado do espanhol.

D

choque entre falantes de línguas distintas de diferentes gerações.

E

concorrência entre as variações linguísticas do inglês e as do espanhol.

Questão 4

Expressões e termos utilizados no Amazonas são retratados em livro e em camisetas

“Na linguagem, podemos nos ver da forma mais verdadeira: nossas crenças, nossos valores, nosso lugar no mundo”, afirmou o doutor em linguística e professor da Ufam em seu livro Amazonês: expressões e termos usados no Amazonas. Portanto, o amazonense, com todas as suas “cunhantãs” e “curumins”, acaba por encontrar um lugar no mundo e formar uma unidade linguística, informalmente denominada de português “caboco”, que muito se diferencia do português “mineiro”, “gaúcho”, “carioca” e de tantos outros espalhados pelo Brasil. O livro, que conta com cerca de 1100 expressões e termos típicos do falar amazonense, levou dez anos para ser construído. Para o autor, o principal objetivo da obra é registrar a linguagem.

Um designer amazonense também acha o amazonês “xibata”, tanto é que criou uma série de camisetas estampadas com o nome de Caboquês Ilustrado, que mistura o bom humor com as expressões típicas da região. A coleção conta com sete modelos já lançados, entre eles: Leseira Baré, Xibata no Balde e Até o Tucupi, e 43 ainda na fila de espera. Para o criador, as camisas têm como objetivo “resgatar o orgulho do povo manauara, do povo do Norte”.

Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 15 jan. 2024 (adaptado).
A reportagem apresenta duas iniciativas: o livro Amazonês e as camisetas do Caboquês Ilustrado. Com temática em comum, essas iniciativas

A

recomendam produtos feitos por empreendedores da região Norte.

B

ressaltam diferenças entre o falar manauara e outros falares.

C

reverenciam o trabalho feito por pesquisadores brasileiros.

D

destacam a descontração no jeito de ser do amazonense.

E

valorizam o repertório linguístico do povo do Amazonas.

Questão 5

VISCONTI, E. Três meninas no jardim. Óleo sobre tela, 81 × 65 cm. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, 1935.

VISCONTI, E. Três meninas no jardim. Óleo sobre tela, 81 × 65 cm. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, 1935.

Disponível em: www.eliseuvisconti.com.br. Acesso em: 18 set. 2012.
Eliseu D’Angelo Visconti (1866-1944) desenvolveu diversas obras no Brasil, com grande influência das escolas europeias. Em sua pintura Três meninas no jardim, há

A

culto à fluidez e ao progresso, nos moldes do ideário futurista.

B

valorização de formas decompostas, a exemplo do estilo cubista.

C

efeitos fugazes de luz e movimento, que remetem à estética impressionista.

D

expressão do sonho e do inconsciente, que dialoga com a proposta surrealista.

E

tematização de elementos cotidianos, que resgata modelos de representação da arte realista.

Questão 6

TEXTO I

Capítulo 4, versículo 3

Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição

Na queda ou na ascensão, minha atitude vai além

E tem disposição pro mal e pro bem

Talvez eu seja um sádico ou um anjo, um mágico

Ou juiz, ou réu, o bandido do céu

Malandro ou otário, quase sanguinário

Franco atirador se for necessário

Revolucionário, insano, ou marginal

Antigo e moderno, imortal

Fronteira do céu com o inferno

Astral imprevisível, como um ataque cardíaco do verso.

RACIONAIS MCs. Sobrevivendo ao inferno. São Paulo: Cosa Nostra, 1997 (fragmento).

TEXTO II

Pode-se dizer que as várias experiências narradas nos discos do Racionais tratam no fundo de um só tema: a violência que estrutura a nossa sociedade. O grupo canta a violência que estrutura as relações entre os familiares, os amigos, o homem e a mulher, o traficante e o viciado. Canta a violência do crime. A violência causada por inveja ou por vaidade. Também canta que a relação entre as classes sociais é sempre violenta: o racismo, a miséria, os baixos salários, a concentração de renda, a esmola, a publicidade, o alcoolismo, o jornalismo, o poder policial, a justiça, o sistema penitenciário, o governo existem por meio da violência.

GARCIA, W. Ouvindo Racionais MCs. Teresa: revista de literatura brasileira, n. 5, 2004 (adaptado).
Na letra da canção, a tematização da violência mencionada no Texto II manifesta-se

A

como metáfora da desigualdade, que associa a ideia de justiça a valores históricos negativos.

B

na referência a termos bélicos, que sinaliza uma crítica social à opressão da população das periferias.

C

como procedimento metalinguístico, que concebe a palavra como uma forma de combate e insubordinação.

D

nas definições ambíguas do enunciador, que inverte e relativiza as representações da maldade e da bondade.

E

na menção à imortalidade, que sugere a possibilidade de resistência para além da dicotomia entre vida e morte.

Questão 7 (Espanhol)

Morir muy vivos

No todo es perder, es cierto. Si te esfuerzas mucho y bien, porque no viene de fábrica, ganas conocimiento del mundo y de ti mismo, empatía, sosiego y, en suma, algo que podríamos denominar sabiduría. Pero creo que para ello hay que mantenerse alerta y no darse nunca por vencido. Pero también es un tiempo para saldar cuentas. No creo que haya que dejarse llevar por el peso de los días como un leño podrido al que las olas arrojan finalmente a la playa. Uno siempre puede intentar sacarse alguna de las piedras que lleva a la espalda, decir las cosas que nunca se atrevió a decir, cumplir en la medida de lo posible los deseos arrumbados, rescatar algún sueño que quedó en la cuneta. No rendirse, esa es la clave. Y sobre todo decirse: ¿y por qué no? Porque la vejez no está reñida con la audacia. Debemos aspirar a morir muy vivos.

MONTERO, R. Disponível em: https://elpais.com. Acesso em: 4 de
Nesse texto, ao utilizar a expressão “morir muy vivos”, a escritora Rosa Montero evidencia a importância de se

A

acumular sabedoria com o passar do tempo.

B

observar o impacto dos anos sobre o corpo.

C

rever os erros e os acertos de sua trajetória.

D

desfrutar de todas as fases da vida.

E

libertar das amarras sociais.

Questão 8

Pressão, depressão, estresse e crise de ansiedade. Os males da sociedade contemporânea também estão no esporte. A tenista Naomi Osaka, do Japão, jogadora mais bem paga do mundo e que já ocupou o número 2 do ranking, retirou-se do torneio de Roland Garros de 2021 porque não estava conseguindo administrar as crises de ansiedade provocadas pelos grandes eventos, por ser uma estrela aos 23 anos, e pelo peso de parte da imprensa. O tenista australiano Nick Kyrgios, de 25 anos, revelou sua “situação triste e solitária” enquanto lutava contra a depressão causada pelo ritmo avassalador do Circuito Mundial de Tênis. O jogador de basquete americano Kevin Love também tornou público seu quadro de ansiedade e depressão. O mundo do atleta é solitário e distante da família. O que vemos numa partida não reflete a rotina desgastante. A imprensa denomina atletas como heróis, como se aquele corpo fosse indestrutível, mas a mente é o ponto fraco da história.

Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 31 out. 2021 (adaptado).
As causas do desequilíbrio na saúde mental apontadas no texto estão relacionadas às

A

nacionalidades diversificadas dos praticantes.

B

modalidades esportivas distintas.

C

faixas etárias aproximadas.

D

representações heroicas dos atletas.

E

pressões constantes dos eventos e da mídia.

Questão 9

Se você é feito de música, este texto é pra você

Às vezes, no silêncio da noite, eu fico imaginando: que graça teria a vida sem música? Sem ela não há paz, não há beleza. Nos dias de festa e nas madrugadas de pranto, nas trilhas dos filmes e nas corridas no parque, o que seria de nós sem as canções que enfeitam o cotidiano com ritmo e verso? Quem nunca curou uma dor de cotovelo dançando lambada ou terminou de se afundar ouvindo sertanejo sofrência? Quantos já criticaram funk e fecharam a noite descendo até o chão? Tudo bem... Raul nos ensinou que é preferível ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Já somos castigados com o peso das tragédias, o barulho das buzinas, os ruídos dos conflitos. É pau, é pedra, é o fim do caminho. Há uma nuvem de lágrimas sobre os olhos, você está na lanterna dos afogados, o coração despedaçado. Mas, como um sopro, da janela do vizinho, entra o samba que reanima a mente. Floresce do fundo do nosso quintal a batida que ressuscita o ânimo, sintoniza a alegria e equaliza o fôlego. Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima.

BITTAR, L. Disponível em: www.revistabula.com. Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).
Defendendo a importância da música para o bem-estar e o equilíbrio emocional das pessoas, a autora usa, como recurso persuasivo, a

A

contradição, ao associar o coração despedaçado à alegria.

B

metáfora, ao citar a imagem da metamorfose ambulante.

C

intertextualidade, ao resgatar versos de letras de canções.

D

enumeração, ao mencionar diferentes ritmos musicais.

E

hipérbole, ao falar em “sofrência”, “tragédias” e “afogados”.

Questão 10 (Espanhol)

Los últimos días del sitio de Tenochtitlán

Y todo esto pasó con nosotros.

Nosotros lo vimos,

nosotros lo admiramos.

Con esta lamentosa y triste suerte

nos vimos angustiados.

En los caminos yacen dardos rotos,

los cabellos están esparcidos.

Destechadas están las casas,

enrojecidos tienen sus muros.

Gusanos pululan por calles y plazas,

y en las paredes están salpicados los sesos.

Rojas están las aguas, están como teñidas,

y cuando la bebimos,

es como si bebiéramos agua de salitre.

Manuscrito anónimo de Tlatelolco, 1528. Disponível em: www.biblioweb.tic.unam.mx. Acesso em: 13 out. 2021 (fragmento).
Nesse poema, o eu lírico representa a voz de um sobrevivente asteca que testemunha a

A

destruição da capital do Império Asteca pelos colonizadores espanhóis.

B

degradação do meio ambiente no entorno da capital do Império Asteca.

C

tristeza dos refugiados astecas ao deixarem a capital do Império rumo ao exílio.

D

aflição dos astecas ao receberem os colonizadores espanhóis na capital do Império.

E

resistência dos astecas às mudanças feitas pelos colonizadores espanhóis na capital do Império.

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